O ser que, aqui, habita...
Entre os muros e as grades vive
Um poeta, como vive um bicho.
Alimentando-se de iguarias do lixo
Mas tendo o amor que nunca tive.
O lugar onde ele habita, obscuro,
É um vazio de uma imensidão sem fim.
Por trás de cada grade encontro a mim.
Há um pouco de mim atrás de cada muro.
E esta prisão onde habita
Este ser de essência inaudita
É um lugar onde nunca estive...
Sombrio. Sujo. Cheio de segredos.
Onde estão guardados os meus medos;
É dentro de mim que ele vive!