SONETO BRANCHURIANO - II
( EM ARRETAÇÃO)
- Pra Ela, que não m'escuta! -


Ao Poeta é permissível o puro e o pecaminoso,
a indecência do casto ou a pureza de um pária
puto com o parnaso.

                         Odir Milanez da Cunha
                         - Oklima -




Ainda que por conta eu me lasque!
Q'eu siga, sem giro, sem tino, sem rumo.
Q'eu foda-me, ou rasgue, as pregas do fundo,
E a ética, pra sempre, de mim se afaste,

Ainda que em meio a tanto desgaste,
Eu grite, eu xingue, eu ande, sem prumo.
Q'eu diga-me só... Perdido no mundo
E nada, por nada, na vida me baste,

Cantarei por Ela... - Eternamente!
Ainda que à tanto, vocábulos invente,
Bradando insistente de norte a sul.

E seguirei cantando indefinidamente!
Que importa, o peito, a alma, arrebente
Ou definitivamente eu tome no cú!