Egípcio
Não há outra poesia a ser escrita,
A mão confessa ter perdido o movimento;
O peito já não palpita a contento;
O pensamento se espalha feito brita;
As rimas, indignas, sem nota, caem
Ao papel, seco, branco e desfalecido;
O ritmo, perdido, clama entristecido
A uma estrutura cega que não vem!
Pasmei, perdi deste dom meu o orgulho.
Tudo dele agora parece entulho
Frente a poesia perfeita que em ti notei;
Teus sons cálidos, tua rima que inebria!
Teus versos em pele, oh minha Viva Poesia!
São meu tesouro que ora e sempre entoarei!