Pois que menino

Pois que menino, enxergas o real

de outra maneira, vês clarão na treva

e brinca enquanto a morte nos entreva

tão friamente! Oh, vida sepulcral!

Criança alegre, sabes tu do mal?

Tua inocência tanto nos enleva,

que obliteramos o pecado de Eva,

para o nascer de um dia virginal.

Não que eu me culpe dessa dor no mundo,

nem que carregue o afã de o transmudar,

pois nada tenho além de um corpo imundo.

E tu, menino puro, irás mudar...

Esquecer-se-á do puro amor jucundo,

da paz que resplandece em teu olhar...

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 01/09/2015
Reeditado em 30/11/2015
Código do texto: T5366720
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.