ANCIÃO LIBERTO
(sn/54)


Pelo caminho entrou alto e silvestre
Sem temor seguia e seu olhar volvia
A terra bebia seu suor de mestre
Em palidez e sonho o cansaço o inquiria.

Desafia, na treva do sono, a longa travessia
Multidão acorrentada em espaços angustiosos
Sem mancha, imaculado, penava e não compreendia
À sombra da tarde se move, desperta e se extasia.

Sem crime, do abismo infernal, sem dor submergia
Precipitado ao negro poço em tormento maldito
Sem luz, em padecer horrendo, sua pena cumpria.

- Roubaram-me a vida!  O que me foi feito?
Os desejos doridos a recordar -  Fim maligno, absorto
A sombra da tarde tomba o coração quieto do ancião.









 
 
 
edidanesi
Enviado por edidanesi em 02/09/2015
Reeditado em 03/09/2015
Código do texto: T5367749
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.