Poema premiado no V Prêmio Literário Portal Amigos do Livro (2015)
São Paulo - SP


Meu voo palavra

D’ minha palmeira canta o sabiá,
Canção do meu exílio permanente.
Da graúna o voo na mata sente
Dos cabelos a cor da índia no ar.
 
Na sorte um urubu não pousará,
Nem crás de corvo, nenhum que me tente
Nos umbrais desta minha vida ausente
Dos que não estão do lado de cá!
 
As pombas já se foram dos pombais...
Cantiga de andorinha não é ais...
O que eu ouço agora é som que cala...
 
Como compêndio para uso dos pássaros,
Que eu deixei lá onde nos amávamos,
Eu e você, minha Rosa, Ave, Palavra!