CONTENÇÃO

Engaiolado num mundo sem grade

Girando sobre um eixo estático

Ando sem resultado matemático

Desconheço a soltura desde tenra idade.

Retido, cativo numa terra sem sonho

Direita, esquerda, alto, abaixo

Vago sem rosas, perdido e cabisbaixo

Não há pertencimento risonho.

Encontro somente espinhos, não tenho perfume

Vou de sarjeta em sarjeta colhendo apenas estrume.

Sem dimensão exata desta prisão padeço.

Quebrar as correntes, derrubar o muro, sou fraco

Condicionado a própria incompetência, cristal de asco.

A contenção tem os limites da pele superficial.