Alma livre, alma ardente de amor.
Torturam-me o correr dos dias,
Enquanto vejo minh'alma tão vã
Correndo solta atrás do afã
De ter em si o seu maior querer.
Cercam-me tão ferozes harpias,
A rir do meu sonho doce, banal;
A medir, no meu passo, um fatal
Destino, que vai me matar, doer.
Que venham as horas da grande dor!
Eu deixo a alma voar na rua,
Eu deixo que ela siga, tão nua
A buscar um punhado de amor!
E, quem achar que pode me vencer,
Saiba: sei bem como me reerguer!