SONETO DESILUDIDO

Voraz sociedade que fode a derrota

Não cabe respeito ao que ajeita-se fraco

Mostrar mansidão é cravar-se idiota

Só vale o dourado, banido é o opaco

Pressão de vitória constante sufoca

Na instável verdade, há barganha, é barato

Domínio chacal e coelhinhos à toca

Desfile em salões de cabeças no prato

Arauto da paz, que ao pavor se dedica

Machão comedor, mas na sauna quer pica

Pensante do contra é o mais pútrido fruto

Oclusa moral se arreganha em secreto

Macia ilusão se endurece ao concreto

Que horrível viver infinito de luto

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 23/09/2015
Reeditado em 19/10/2019
Código do texto: T5391521
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