Sumo da dor

Sumo da dor

A tez do dia clareando branco, leve, tênue e lento,

Como se fora flores, desabrochando na Primavera,

E subindo pelos muros, verdes entrelaçadas heras,

E as palavras,que sempre são sugadas pelo vento.

Sumo da dor, se arrastando, pelos vales-sombrios,

Como se fora fogo, transformado em eterna brasa,

Pequenino passarinho que perdera o ninho e asas,

E o mar, fosse eterna sombra, à margem dos rios.

E no fogão à lenha, a panela, como sempre, vazia,

A barriga não g'uenta e a Lua chora quando sorria,

Tudo é triste e ronca, e esperneia, e berra, e grita.

Tem sempre alguém enterrado sobre a dor maldita.

E assim vou carregando minha cruz, e minha sorte,

Porque viver, pode ser muito pior, do que a morte.

Tony Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 25/09/2015
Reeditado em 25/09/2015
Código do texto: T5394207
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