O mar

Já fui lago tranquilo em longínqua outrora

Habitável e cercado por negras montanhas

Submerso em versos de humilde choupana

Em tom cristalino me arrastando com as horas

Fui maré formada na fúria da tarde

Na noite coberta por lençol de estrelas

Varrendo barcos e gente na lua vermelha

Regendo sereias e peixes, gerando alarde

Eu era a chuva e a queda das águas

Leito límpido no mistério do clarão

Era a força alvorecida em gotas claras

Deixei escombros de cidades pelo chão

Mas antes mesmo de reinar na madrugada

Eu morri, sequei, virei sertão

Tim Soares
Enviado por Tim Soares em 29/09/2015
Reeditado em 12/05/2022
Código do texto: T5398767
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