Talvez nada.
Talvez o fim para se ter um começo
Ou quem sabe a luz na escuridão
O mundo perdera de vez seu jeito
Toda a humanidade o meu apreço...
E a vida, a minha terna admiração...
Mas, não deixo de viver, irresignado.
Porque é em verdade meu maior legado,
Ser tão contraditório que chego a ser contradição.
Minha inconstância nunca se tem termo.
De fato, não conseguem ser comigo verdadeiros!
Eu odeio qualquer tipo de falsificação.
De pronto, eu me calo, não mais falo...
É que calado sou em verdade um poeta.
E escrevendo, me falta definição, talvez nada.
NUNES, Elisérgio.