Dentro do vazio

Dentro do vazio é o silêncio que me cabe

E que se propague o nada quanto ao tempo

Pois ainda tenho muitas noites, manhãs e tardes

E que acabe, mas que recomece ao menos

Que seja efêmero, mas urgente como o beijo

Que tenha jeito, solução e que dê certo

Caminhando reto, mas que perca-se no leito

E no apertar do peito que permaneça perto

E que se alavanque no raiar da aurora

E faça da demora expectativa boa

Que machuque e doa no badalar das horas

Mas que vá embora como o vento que voa

Como na garoa intimista quase morna

E que em outrora gentilmente morra

Tim Soares
Enviado por Tim Soares em 04/10/2015
Código do texto: T5404067
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