Soneto da Inspiração

De repente, mesmo de repente

Eis-me sonetando impunemente

Como se fora um Vinícius de Moraes

Ou Bilac - virtuosos, geniais.

De repente, ainda de repente

Eis-me poetizando livremente

Como se fosse um Mario Quintana

De prodigiosa mente - espartana.

Certamente uma audaz insolência

Igualar-te a notáveis talentos

(Mesmo que com muita reverência).

Segue, no entanto, com primor e alento

Neste lavor - veraz e fielmente -

De repente, ainda que de repente.

_o_O_o_

Interação do caro poeta Aleixenko:

Quisera eu por um instantezinho

Poetar tal qual os grandes imortais

Compor unicamente um versinho

Bem sei que é querer demais

Escrever soneto precisa de argúria

Não basta ter apenas inspiração

Também requer alguma astúcia

E pelas palavras ter veneração

Pois sou fraco de perspicácia

Assim como me falta talento

O que determina a ineficácia

E carece de sentido a composição

Fico no ansiar por este tormento

portanto não passo da aspiração

_o_O_o_

George Gimenes
Enviado por George Gimenes em 16/10/2015
Reeditado em 17/10/2015
Código do texto: T5416229
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