Doente

A estrofe tosse versos no poente,

E o verbo verde e hepático no mundo,

Convalesce entre folhas, moribundo,

Enquanto esta poesia está doente.

Mal do que for um mal ou bem me quer,

De cama esta o poema que não sonha,

De cara assim tão pálida, tristonha,

Bem queria alguns verbos de mulher.

Em seu delírio ou febre ensandecida,

Clama pelas antíteses do céu,

Maldiz a nossa vida e o papel,

E cospe outros fonemas na ferida.

Porem se cura em dose que não arde:

Duas pela manhã, duas a tarde;