Soneto da separação

Soneto da separação

Vinicius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

e das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento

que dos olhos desfez a última chama

e da paixão fez-se o pressentimento

e do momento imóvel fez-se o drama

de repente, não mais que de repente

fez-se de triste o que se fez amante

e de sozinho o que se fez contente

Fez-se de do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

(you and I)

Tolo poeta
Enviado por Tolo poeta em 26/06/2007
Código do texto: T541688