Soneto do árduo amor

O teu olhar é a chave do universo,

pois nele está contida a Metafísica,

a básica matéria, toda a física

elementar do nobre e do perverso.

A verde rama, o pântano adverso,

o mar bravio, o lago triste, a tísica

areia do deserto... Ó, glória pírrica

cantar o que em teu olho está imerso!

E nestes versos simples que eu lhe deixo,

quero espelhar a ofensa vil de Aleixo

a Coridón, prostrado ao pé do outeiro.

Pois nas batalhas de um amor ingrato,

quem este amor possui bem dominado

é capaz de domar o mundo inteiro.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 19/10/2015
Código do texto: T5420388
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