Poesia devassa

Vive ali faceira, rondando o ócio do poeta,

Pernoita sem dar satisfações no seu baldio,

Às vezes o faz intelectivo, e ora tão pateta,

Na calçada da alma nua, de causar arrepio,

Devassa a poesia, frequenta botecos do imo,

Para qualquer guardanapo se joga desvestida,

Em fumaças de cigarro, trago de bebida, limo,

Tonta, estonteante roça depravada, pervertida.

E bêbada de si usurpa do bardo, alta voltagem,

Na barra do coração em pole dance se esfrega,

Em salto alto e sedução; o fecundo se entrega.

E em constante cio provoca na malandragem,

Possui inteiramente aquele profundo indefeso,

Sem vergonha lançar de si o cerne outrora teso.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 20/10/2015
Código do texto: T5420915
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