Monosilogo

Não sei de mim, um só tom do que fui

Vou, tal o que não crê, mas é quem vê,

E tem o dom, qual o é, e em si não crê,

Nem em ti, nem no ar, nem no mar mui.

A fé do meu ser foi e não quis vir.

Quis em ti, e só, ter sim, mais um tom.

E o ar de si, que foi o seu bom som,

Foi ao mal e não foi bem, pois quis ir.

Sim, eu sou o meu ser e tal e no fim,

Ao ver o que mais sou e a quem eu vou,

Vou mais que eu e quem mais for, e ou,

O que não se vê do que eu fui em mim.

Pois já não sou, e bem o sei, sei bem,

Que é por ti, e tão só, que sou mais cem.