Senzala da miséria

Senzala da miséria

Velho rancho pau a pique uma janela uma porta

Quem se importa com a morada de um velho peão

Que vê sua terra sangrando miséria e nada produz,

Mesmo assim ele quer ficar naquele pedaço chão.

Olha o céu vê nuvens passando, a chuva não vem.

Sem esperanças ele vê sua colheita quase perdida

Fecha os olhos reza e chora pra que a chuva venha.

Saciar a sede da terra que agoniza quase sem vida.

O que era verde já não tem cor e cheira queimada

A terra que um dia foi fértil, hoje e só um deserto.

Onde se planta e nada cresce o Sol a tudo queima.

O sertanejo vê os anos passarem, sem perder a fé.

Pois acredita que um dia a terra volte a prosperar

Que a senzala da miséria, seja só uma lembrança!

Volnei Rijo Braga

Pelotas/ 23/11/2015