Sonetto II ("Sê tudo o que puderes no que fazes")
Sê tudo o que puderes no que fazes.
Jamais deixes de abrir os braços teus
Aos que te apedrejarem: são fugazes
Os dias de terror perante a Deus.
Sê pleno em compaixão; nunca te abrases
O peito ao te oprimirem fariseus:
Se a vida é cheia de doridas fases,
Cheio de gozo é o derradeiro "Adeus".
E quando aos pés dos astros te prostrares,
No Sumo Altar de todos os Altares,
Ao som da Lira, enfim serás benquisto;
E o Sino da Manhã, sublime arauto,
À Terra, em dobres mil, dirá bem alto
Que um novo Santo foi juntar-se a Cristo!
Pe. Homero Madoll
Pároco da Igreja de Nª Sra. do Desassossego