Miguel II

Ao pensar numa vida após infância

Fui infante, fui frei, fui infantil...

Fui julgado na minha própria instância

Condenado ao tentar ser mais gentil

Meu sofrer é algo sem relevância

Como a tropa em marcha que é sutil

Se exposto, é mesquinho, é pedância

Retraído, me sinto num canil

Devo expor, retrair, devo sorrir?

O que penso, o que sinto, o que quero

Não é nada pra quem não seja eu

Sem vontade; versar ou existir

Por em cruz cada Deus que eu venero

Pra curar um sofrer que é só meu

Tarcísio Mota
Enviado por Tarcísio Mota em 15/12/2015
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