Soneto de cansaço primevo!

Ah! Esse fardo agora imenso que se tornou o coração

Esse fardo que me dói os ombros, nos sonhos revela

Esse fardo que em jogá-lo fora só se espera...

... que a vida, somente ela, tenha salvação!

Esse fardo que me habita e arrasto comigo

Esse que não destituo, que não engano e nem convenço!

Esse, que de vivê-lo primevo... já me contento

Esse que tanto eu tento e que está escondido

Esse fardo que é carregar o coração por tantas andanças

Que é buscar o que não sei... o desperceber

Esse que é sofrê-lo... o coração em desesperança!

E em suspiros lacrimosos aceitar o não viver

Arrastar o coração por estradas espinhosas e sem bonança

Por desertos inteiros... sem nada, nem no fim... colher!

dhália
Enviado por dhália em 01/07/2007
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