Soneto de cansaço primevo!
Ah! Esse fardo agora imenso que se tornou o coração
Esse fardo que me dói os ombros, nos sonhos revela
Esse fardo que em jogá-lo fora só se espera...
... que a vida, somente ela, tenha salvação!
Esse fardo que me habita e arrasto comigo
Esse que não destituo, que não engano e nem convenço!
Esse, que de vivê-lo primevo... já me contento
Esse que tanto eu tento e que está escondido
Esse fardo que é carregar o coração por tantas andanças
Que é buscar o que não sei... o desperceber
Esse que é sofrê-lo... o coração em desesperança!
E em suspiros lacrimosos aceitar o não viver
Arrastar o coração por estradas espinhosas e sem bonança
Por desertos inteiros... sem nada, nem no fim... colher!