A Fábrica

A manhã despertou-se sem destaque,

E as horas aguardavam seu sinal.

E as letras, em preguiça tão normal,

Batiam o seu ponto no almanaque.

Uma a uma seguiam para a folha,

Ora em fila ora em verso, entediadas.

E seguem o padrão, sobem escadas,

E tudo antes que a noite se recolha.

Juntar se faz preciso, e eis a regra,

Cada qual no seu canto, bem ligeiro,

E sempre em sincronia, qual faceiro

Que aos poucos na labuta ele se alegra.

A manhã despertou-se em mais um dia,

E hora de se unir, ser poesia.