[Teus olhos, que me veem todo tempo]

Teus olhos, que me veem todo tempo

Tão únicos, fitá-los me é impossível,

São de ternura e amor inexprimível

Que sabê-lo transborda contentamento!

Tuas barbas roçam nos meus dias,

Teu braço caminho abre à minha frente,

Tua voz sustenta-me e sorridente

Encaminhas meus pés à alegria.

Mas se resvalo, quão peso tens, Amor

Pois sei, conduzes-me longe do furor

E tanto dói saber que tuas mãos puras,

Trazem-me, ensanguentadas, todas curas;

E os erros, vãos prazeres e amarguras

Só são lavados pelo fruto de tua dor.