Profilaxia
Entre os erros que trago nos meus trancos,
Entrego a chave mestra aos meus algozes.
Alguma vez, não sei, meus cães ferozes
Rogassem por aqueles pés tão mancos.
E agora não alcanço mais a chave,
Estilhaço as minhas costas em vão,
Pois eu já não consigo, de antemão,
Saber quais são as horas no conclave.
Quero a cura em sossego, nada mais,
Mesmo que seja a morte, sem delongas.
Só não quero solver as frases longas,
Que ficam na garganta em meio aos ais.
Quero esta poesia em doses certas,
Sua gula por cura e a boca alerta.