Soneto do amor não correspondido

Cálido amor que perdura em meus versos,

Não seja intenso o clangor da amargura,

Inda que seja a dor na treva mais dura,

A verdade espalhada em todo universo...

A dor de um amor não correspondido,

Aquecido na tez por um toque de ternura,

A emoção que se esvai da fonte mais pura,

É a foz que, se derrama, no peito ferido.

O doce sentimento que envolve e alucina

No átrio do templo do amor já fenece,

Qual sombra que reflete a nuvem escura...

Assim o verdugo desprezo a alma assassina,

Silencia qual pedra o fervor de uma prece

E o amor não resiste a mais grave tortura.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 05/01/2016
Código do texto: T5500579
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