Sibilante

Farei uns versos para que não fujas,

Finjo ficar feliz quando não veres.

Verás que já fui feito os outros seres,

Viés de alguns fracassos, folhas sujas.

Quando te vais, o meu quarto se vaga.

Furo todos meus verbos nesta frase,

Que a faca em seu alume então se case,

Pois sou feito esta forja que se apaga.

Fico nos sonhos, chamo outras figuras,

Fagulho este final, e o que farei?

Fonemas, não sei, quem sabe um frei,

Fadado a ser semente destas juras.

Faço versos e verso sobre fatos

Que de fato não sinto os verbos natos.