À beira de um penhasco imensurável

À beira de um penhasco imensurável

a frontear um atro mar de trevas,

onde os ventos a esmo, com suas levas

de ar, rolam o teu corpo deplorável.

E é naquele brilho tão afável

que em meio a noite fulge, e tu enlevas

teu espírito nele, mas te entrevas

no amargor de um vazio descartável,

onde se oculta a inútil fantasia.

Mas antes que mergulhes da erma altura,

há uma mão que o detém e reconforta.

Porque quando a penar na noite fria,

em meio a tristes prantos, na paúra,

Deus sempre há de bater em tua porta.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 10/01/2016
Reeditado em 10/01/2016
Código do texto: T5505850
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