GUERRA.
“Esta natureza não nos permite unanimidades, é preciso quebrar-se barreiras para se alcançar a outra margem do desejo”
MJ.
No começo os nossos desejos ditam as regras,
Mas o tempo destempera este viço abundante,
E lentamente quem era bela se parece à fera,
Vem o dissolver de compromissos não obstantes.
Quando numa guerra os dois lados se defendem,
E via de regra isto se procede ambos atacando,
Ao se dar conta já infringiram estão chifrando,
E na boca do povo serão alvos de muito desdém.
Se o encanto míngua logo mina a convivência,
Debanda o casal e os falatórios seguem vivos,
Duas pessoas passam a viverem uma delinqüência.
O tempo desfaz toda bicheira antes fedorenta,
Brotam novos casos entre partes inda estranhas,
Mas os aconchegos irão unir desejosas entranhas.
LUSO POEMAS 10/01/16