Górgona Maldita
Eu vi nas lágrimas o gigantesco caçar
Sobre o desespero dos lívidos ariscos
Sem querer nascido dos pecúlios riscos
Engolindo o silêncio da boca a calar.
Quatro vadias do embrião gelado
Figuravam na cama com seus mouriscos
Envolto no disfarce dos cogentes rabiscos
Partia na fúria no tecido ensangüentado.
Que assim morre a meretriz maldita
Com voz altiva ela ainda tenta gritar
Brandindo verbos desconexos que evita.
Aquele retrocesso no inferno palpita
Nos sulfúreos ódios a grunhir e vomitar
Nas trevas sevas da carne ainda bendita.
DR PAVLOV