Funeral de minha morte

Quando eu morrer

não quero ver choro em meu leito

de mil amores alheio ao peito

d'um coração que recusa bater

Quando eu morrer

não quero ver mais sofrimento

nem angustias, nem lamentos

dos que tanto tem para viver

Quando eu morrer

não quero velório pra meu corpo

não sou arte, eu sou um morto

e nada belo há pra se ver

Quando eu morrer

não quero dor no cemitério

estarei morto, não é mistério

de mim nada há a decorrer

Quando eu morrer

não quero ver a mãe nem pai

pois quem ta morto é quem se vai

enquantos outros vão viver

Quando eu morrer

não quero lágrimas de meus amores

quero sorrisos, não mais dores

é o que desejo pra quem viver

Quando eu morrer

não quero ver filho meu aos prantos

que a Maria lhes cubra ao manto

sem jamais me entender

Quando eu morrer

não quero ser enterrado e nem cremado

nem que o vazio corpo seja amado

como se dele fora renascer

Quando eu morrer

quero mesmo uma grande festa

como um humorista prega a peça

pra em alegria converter

Quando eu morrer

quero sorrisos solto aos ventos

quero lembrar de bons momentos

que só quem vive vai saber

Quando eu morrer

quero sorrir dos embaraços

me envergonhar de mil amaços

de como é bom amar viver

Quando eu morrer

quero partir com alegria

me orgulhar do que vivia

sem jamais me arrepender

Quando eu morrer

aos vivos direi adeus

e então direi ao vosso Deus

sobre como amei viver

Aleph Maia
Enviado por Aleph Maia em 24/01/2016
Código do texto: T5521077
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.