Disfarce

Rasguei hoje um poema sem remorso...

E não sei quem errou, se ele ou eu.

Talvez porque ele disse não ser meu,

Fingi, pois gratidão, no que reforço.

Eu rasguei sem remorso a poesia,

Letras, no chão caídas a sangrar

Em seu infinitivo a pedir par,

Mas ao menos olhei quem se jazia.

De pé neste meu canto me arrependo

Sou tão triste sem volta, mas agora,

Espero este compasso a fé e a hora,

E enterro o não meu texto sem remendo.

Porque as palavras são delas apenas,

Que vestem poesia a duras penas.