MORBIDEZ

Por: Lindoval Rodrigues Leal

Quero a paz serena deste defunto,

Que jaz inerte, esticado, pele fria!

Que esquálido sem vida, evidencia

Meu "eu" em cacos, e não ajunto...

E neste sono macabro e tão profundo,

Deste ser mórbido, tosco, sem sinais

Resume-se, sem "neuras" os ideais

De quem um dia, sonhou mudar o mundo!

Vem! E trás teu fétido pútrefo escarro!

E contaminas o meu espaço confinado

Com teus vermes nojentos fervilhantes...

E no visco nauseante do catarro

Que flui na boca pálida do finado

Traduz o fim de momentos angustiantes.

Porto Velho, 22 de Janeiro de 2016.