Reparo
Paro outra vez na estrada então reparo
Que não passo entre patos que ali vão,
E nem pinto a passagem que há no chão,
Mas reparo outro verso um tanto raro.
Paro a roda sem dente e sem conserto,
E perto do que é certo encontro a mim.
Reparto este deserto e eis que enfim,
Reparo minha sombra e o que é certo.
Vou refazer os meus versos mais raros,
Parar em outras partes de outros nós.
Quando com minha sombra em seu após,
Passando por placebo os sonhos caros,
Quero, pois reparar o que mais quero,
E parar noutra estrada outro bolero.