O anteparo

Onde a alvacenta mão nunca se atreve

a pousar, esta tua, Rainha Nossa,

ergue os cruéis, os mares da alma adoça

e faz do sofrimento um tempo breve.

Como o vento que empurra a folha leve,

um coração o mundo leva e apossa,

sufocando a Verdade p'ra que possa

fazer com que a alma nunca mais se eleve.

E nesta podridão na qual estamos,

chorando e procurando por amparo,

entre o gume das pedras e atros ramos,

Tu vens e reconfortas com seu claro

manto, pelo qual nós sempre clamamos,

buscando a ilusão: és nosso anteparo.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 02/02/2016
Reeditado em 02/02/2016
Código do texto: T5531581
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