A muda muda
Qual folha de outono foi-se a pena
e logo outras penas já se vão...
O passarinho mudo bica o pão...
e o mundo da gaiola se apequena.
O poeta, com asas, sente pena
e põe-se a rabiscar um verso em vão...
enquanto o passarinho cisca o chão
a procurar o canto a duras penas.
De fora da gaiola, a liberdade
sabe que o passarinho, cedo ou tarde,
terá de volta as penas e o canto.
De dentro da gaiola, a poesia
anima o passarinho, todavia,
cisca um verso qualquer, em qualquer canto.
Qual folha de outono foi-se a pena
e logo outras penas já se vão...
O passarinho mudo bica o pão...
e o mundo da gaiola se apequena.
O poeta, com asas, sente pena
e põe-se a rabiscar um verso em vão...
enquanto o passarinho cisca o chão
a procurar o canto a duras penas.
De fora da gaiola, a liberdade
sabe que o passarinho, cedo ou tarde,
terá de volta as penas e o canto.
De dentro da gaiola, a poesia
anima o passarinho, todavia,
cisca um verso qualquer, em qualquer canto.