Paquiderme
Já não mais sinto a brisa da manhã,
E o sol, trás tão somente o seu calor.
Manhas são de papel fosco e incolor,
E já não mais as tenho no divã.
Não mais tento por tato a voz conter,
Pois em passo e gargalo estou contido
E contendo o meu grito e o meu rugido,
Tão preso na entrelinha do viver.
Minha tez de concreto armada assim,
Mira ao avesso estético da morte,
A fazer com que eu faça, se consorte,
Uns versos de alumínio com jasmim.
E então não sinto o abraço nunca meu,
E hepático padece o Prometeu.