TEUS NEGROS CABELOS
 
Os teus cabelos, tão negros como a dor,
São cachoeiras bravias de desejos
Que a alma do vate inunda em mil lampejos
Afogando-a num inconsciente  torpor!
 
Como ansiei tocá-los, até por candor!
Porém eu sei: não haverá ensejos;
Quimera que  o vate viveu sem pejos
No lírico mundo onde reside o amor!
 
Mas, retornando à vida em solidão,
Sondando  o que restou no coração
Me pego a te escrever assim tristonho:
 
De tudo, restou-me  a ilusão vivida
Que uso como  mortalha enegrecida,
A  envolver o cadáver do meu sonho!
 

 
 Imagem: Google
Som: Vivir ( desconhecido)
 
Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 19/02/2016
Reeditado em 19/02/2016
Código do texto: T5548694
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.