CALVÁRIO


Definhando a visão nessas pontes flamejantes
Sentado sob o meu trono de escaras abertas,
O eco da vida berra e revela-me os instantes
Que aniquilei cavalgando por estradas incertas.

Essa imutável insana criatura range agonizante
E a su'alma esquartejada pelo pesar é coberta,
Faz que apodreça meu ar num martírio ofegante
Sendo retalhado pela foice... duma morte certa.

Pranto e o tempo escorrem pela face calejada
E em riste, uma rascante e infernal gargalhada;
É o brado retumbante da dor e arrependimento.

Tostando o resto da vida parado no meu lugar
Imortalizei esses frios olhos vendo ela passar
Por caminhos fragmentados pelo meu lamento.



14 de Janiero de 2016
Wotson de Assis
Enviado por Wotson de Assis em 21/02/2016
Reeditado em 02/06/2020
Código do texto: T5550857
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