Soneto do Amor-amante
Lembra do tempo em que te chamava Amorzinho?
Ainda o és, em grau menor.
Há ainda olhos doces e soluços pela casa.
Já faz tanto tempo perdido.
As noites que chorei sob lágrimas rasgadas
Não terão sido em vão.
A narração dos dias corridos, os que quase não vivi.
Amorzinho, andei espreitando tua entrada e tua saída,
Em troca ganhei rugas que a vida
Fez colocar.
Só uma dúvida sempre constante:
Me dê todo o amor que houver
Ou, antes e se não houver, finjas os delírios fartos de um amor-amante.