As palavras da sombra

Minhas sombras fatais me assombram inda

Em carnes fartas, cálidas e mortas,

Que eu hei de lamentar, mas não me importas;

O céu sereno e negro sempre finda.

Sem essa obscuridade da alma linda

Que não tens mais, com mal das formas tortas;

Cortarás o meu corpo, agora cortas?!

Vejo-o esbelto nas dores da ânsia vinda.

Ó sepultura real de um episódio!

Que sangue do alto mar, empurre-o, acode-o;

Meus olhos corporais duma alta dor.

Num cismar da sofrência à sombra preta,

Que perca o sentimento de um bom poeta,

Que me abraces com calma, Ceifador...

Lucas Munhoz - 18/03/2016

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 18/03/2016
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