Soneto para a Semana Santa

A tentação da garra transvestida

por uma tez tão cálida e sedosa

alicia a alma pura como a rosa,

que em candura estava adormecida,

a fruir de uma breve e corrompida

monção de regozijo, tão airosa

que soergue os sentidos a uma prosa

co'as grandes maravilhas desta vida.

Mas o fim desses vívidos momentos

é o soturno penar, os pungimentos

que afligem quem no mundo se deleita.

Na Terra eu cultivei gosto e pecado,

mantive o espírito alto e dilatado,

mas a porta do Céu é muito estreita...

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 21/03/2016
Reeditado em 21/03/2016
Código do texto: T5580932
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