Espectro
Já não quero este sonho sem origem,
Que ora invade meu peito casa a dentro,
Que abre portas por onde não adentro,
E provoca outros versos de vertigem.
Quero apenas fugir para bem longe,
Ver o céu e alcançar bem mais de perto,
Uma estrela de brilho um tanto aberto,
Não ser rei, passageiro e nem um monge.
Porque ao meio do termo eterno dia
Sei que existe a memória lateral,
A guardar a esperança em seu final,
Feita o sonho tão vivo da utopia.
E é por isso que não quero dormir,
Quero apenas fingir meu existir.