POSTULADO

De um vulto merencório ao breu do inferno,

Fadário transitório das esferas,

Me vi vagando ao lume de outras eras,

Trilhando as sendas fúnebres do averno.

Eu, íncola das fragas e crateras,

Jamais me vi na luz do amor paterno,

Sangrando em mágoas vivas, tal falerno,

Num mundo de demônios e de feras.

Depois do breu vulnífico das vidas,

Deli-me em lepras vastas e feridas,

Sacrário algoz de angustia e tantos ais...

De filho da monera e protoplasmas,

Ao frágil gás que exala dos miasmas;

E que se torna bruma e nada mais...

Sérgio Dos Anjos
Enviado por Sérgio Dos Anjos em 09/04/2016
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