A LUZ DA MORTE.

Do pó me fiz, e desse ciclo ardente,

Meu corpo há se unir a terra fria,

Igual a dor, se une na agonia,

Iconoclasta nas verves de um crente...

Deixar que o verme Reverbere a cria,

Ser o alimento nesta dor fluente,

E aprofundar no meu mundo demente,

Fazer da morte, o dom da fantasia...

Na esfinge amada, deste leito insano,

Verter a minha essência em gás metano,

Esparramar-me-ei de sul a norte

E no infinito, de mil vidas, sou,

A tênue bruma, do que me restou,

No ciclo que comunga a vida e a morte....

(DECA SÍLABOS, RITMO HEROICO)

Sérgio Dos Anjos
Enviado por Sérgio Dos Anjos em 11/04/2016
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