a moldura

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em manhãs de muito, em noites de nada,

trinco os cantos da rústica moldura

qu'adorna'inda mais a sua formosura

num sorriso a sete sêlos lacrada.

e, debalde os anos d'água parada,

trepa por curvas a própria aventura

e eu vou, subo a polpas, à cintura..

disparando com dedos, de rajada.

esconjuro a moldura por ser bela!

peste ao amor! à febre! à magia e a ela

e à cegueira que de mim s'abeirou!..

por um amor, amor que não'era amor!

por juras, em vão! carícias, sem cor!..

por tudo que ela deu, que ela levou!..

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Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 29/04/2016
Código do texto: T5619966
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