Sonhos e as velas

Qual sacristães acendem nas capelas,

antes da missa, ao fim da madrugada,

co'a alma contrita, mesmo não eivada,

sonhos ardi, como eles suas velas.

Tive-os a arder na mente apaixonada,

e o seu calor, as suas luzes belas

não me deixaram ver grandes mazelas

que à minha Sorte estavam destinadas.

Tantos passos, tropel de tantos passos!

Pessoas, pouco tempo e tantos traços!

Passa um trem, um torpedo: Oh, Realidade!

E nesta confusão de homens vazios,

o fulgor evolou-se dos pavios,

e o fumo do fracasso ora me invade.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 04/05/2016
Reeditado em 16/01/2017
Código do texto: T5624752
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