RASTROS VÃOS

A vida segue, segue vida,

à frente sempre, sempre à frente,

e gira, salta, sai corrida

e vai veloz, afoitamente.

De novo roda, samba, entorta,

oscila bamba, tonta, entregue

e bate, cega, a cara à porta,

após se ajeita, baila e segue.

Até que em tempo sempre breve

(por mais que medre, sempre deve)

se volta aos rumos caminhados.

E frente aos rastros vãos marcados,

no edaz cansaço a arder demais,

desaba e não levanta mais.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 09/05/2016
Reeditado em 09/05/2016
Código do texto: T5629939
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