Ciúmes

O verso, que no acaso deste vento,

Que segue até o seu norte passageiro,

Faz volta bem a tempo no veleiro,

Trazendo outros caminhos que ostento.

Revolto em maresia está o meu mar,

À espera de um poema que é só seu.

A noite, todavia prometeu

Ser clara apenas quando o seu ganhar.

E o dia não se anima pelo sol,

Que não aquece mais meu tempo curto.

É o caos a dominar, pelo seu surto,

O mundo em meu olhar, feito um tersol.

No entanto, a poesia, esta aqui,

Não é da natureza, é só de ti.